Havia
um tempo em que tudo era tão lindo,
eu
tinha mais que muito mais que muito mais que muitos amigos.
Naquele
tempo era tão simples ser feliz,
só
precisava de umas tampinhas de garrafas e uns pedaços de giz
ou
de dois lápis ou canetas para lutarem entre se.
Eu
tinha todos os poderes dos heróis,
naquele
tempo era tão simples ser feliz
e desses tempos o que ficam são lembranças.
Eu
quero mais é ser um pouco mais criança.
Brincar
de banhar-se na chuva,
aproveitando
a torrente d’água, que escoa ao bueiro,
para
fazer corridas com barcos de papel ou folhas miúdas.
Correr
por correr ou por ter tocado as campainhas dos vizinhos de rua.
Fazer
guerras, de coceguinhas, travesseiro, bolinhas d’água ou de papel.
Procurar
e criar criaturas nas nuvens do céu,
girando
pra ficar tonto e vez em quando até cair.
Naquele
tempo era tão simples ser feliz.
Não
me importava em ser somente mais um
entre
os muitos meninos amarelos,
que
com tampas de panelas em mãos,
pela
casa, pernas pra que te quero.
Eu
quero mesmo é ser menino,
Preservando
minha perpétua candura mesmo depois de crescido.
Sem
maldades ou meias verdades, sem juízo.
Quero
de minha infância livrar-se para prende-la comigo
E
aprender lá com ela, que é tão simples ser feliz.
Revivendo
e vivendo, trazendo sempre em se,
A
eterna criança que orbita e habita em mim.
Naíbe Avelino